25 janeiro 2007

Felicidade Relativa

E eu que me achava tão feliz... Tão esperta por morar na cidade grande... Hoje percebo o quão medíocre era esse pensamento. Esse período de isolamento em Jesuítas me fez reparar no comportamento das pessoas.

Por que lá elas são tão mais felizes se o celular não pega, a internet não funciona direito, não tem cinema, shopping, nem semáforo tem!

Um dia de noite fui chamada de dondoca... e questionada se por acaso eu andava a pé em Curitiba (um beijão pra você Borborema por me provocar mais um conflito pessoal... hehehe). Poderia muito bem ser verdade, como acontece com uma grande porcentagem da população daqui. Mas foram perguntar pra pessoa errada, afinal, por que andar de carro se você pode ir a pé? Filosofia própria, mas isso não vem à questão. O fato é que isso me fez pensar em como as pessoas da “cidade grande” discriminam o povo do interior, mas não sabem o quão mais divertidos eles podem ser!

Aprendi muito com o pessoal de Jesuítas nesses 20 dias, pois lá as relações entre as pessoas não muito mais verdadeiras e você acaba percebendo que a única lanchonete da cidade pode ser mais que suficiente pra se ter uma noite ótima! E que se por acaso ela estiver fechada, um tererê bem gelado na frente da casa de alguém vira um programão! Voltei com várias amizades, que tenho certeza se tornaram mais sólidas do que algumas que tento cultivar há anos aqui.

Obrigada ao pessoal do interior por receber tão bem essa dondoca de Curitiba e por me deixar morrendo de vontade de voltar para aquela felicidade de verdade...

... Mas bem que podiam construir um cinema lá né!?

E em homenagem ao pessoal olha uma foto minha de chapéu e tudo!!!

11 janeiro 2007

Retiro Espiritual

Depois de vários dias de reclusão consegui um contato temporário com a civilização...
Estou isolada em uma cidadezinha em uma dimensão paralela chama Jesuítas... Imagine uma cidade pequena... agora pense em uma menor ainda... essa é Jesuítas. Localizada e exatamente 50Km de Toledo... esse lugarzinho no fim do mundo tem sido meu retiro espiritual nos últimos dias. Aqui não tem internet... (de ninguém que eu tenha acesso pelo menos...) e o celular pega que é uma beleza... (fica fazendo aquele barulhinho maldito de quando ele está procurando sinal).
Essa terra vermelha que impregna as coisas e não sai nunca mais é o meu tormento... principalmente para as roupas claras de típica curitibana que chega toda limpinha e volta pra casa encardida... e quem disse que esse vermelhão sai do pé?! Nem com escovinha!
O povo é sussegaaaado... mas isso é bom pra os meus treinos de controle de respiração e desenvolvimento da calma e paciência... Todo mundo se encontra na única lanchonete que existe na cidade, a Mazikelly... que é lógico que é a mistura dos nomes das filhas do dono... ou então a diversão é pegar o carro e ficar subindo e descendo a “avenida”, que deve ter umas 10 ou 12 quadras e que percorre toda a extensão da cidade, com o som no último volume e vendo quem está sentado na Mazikelly.
Durante o dia toma-se Tererê (chimarrão gelado com limão) o tempo todo pra agüentar o calor que é infernal, e quando o sol diminui um pouco a piscina é a melhor solução.
Mas já que estou aqui... por que não se juntar aos nativos e aproveitar não é?! Ontem fiz uma coisa que prometi a mim mesma que nunca faria... fui no show de uma dupla sertaneja! Sabe Cezar Menotti e Fabiano??? E o pior... me diverti horrores!!! Acho que minhas origens interioranas são mais fortes do que eu pensava...
Mas também não dá pra forçar... Minha cota de interior já está chegando ao limite... preciso de poluição... acho que na terça estou retornando a civilização com mais novidades sobre esse período de isolamento...